Enquanto houver estrada para andar
Deparei-me agora com mais uma das minhas inúmeras obras inacabadas: um blog que inventei com o único propósito de arranjar algum aproveitamento útil para algo que ameaça perseguir-me o resto dos meus dias: não me atrever a escrever um livro e simultaneamente achar-me com capacidade mais que suficiente (a Margarida Rebelo Pinto que me perdoe, mas se ela consegue eu também posso conseguir) para o fazer.
É uma luta permanente entre a minha vaidade, que me faz pensar ter capacidade inata para conseguir utilizar com particular fluência a palavra escrita, e o meu realismo, que me faz ter a consciência de viver num País de iletrados, onde qualquer pessoa capaz de alinhar três ideias numa frase se pode considerar um escritor em potência.
Talvez daí o título que achei para este blogue. A frustração de assumir a diferença entre julgar-me capaz de fazer algo e a sua real concretização. Mas também vi no início desta história um ténue fio de optimismo, uma esperança de que fosse distraidamente traçando aqui um caminho que, mesmo feito de passos diferentes e sem relação aparente entre si, tivesse um princípio, meio e fim. Como qualquer boa narrativa, e praticamente como qualquer bom livro.
A beleza de tudo isto é que nada me garante que não volte a escrever uma linha nesta página, que aqui ficará enterrada permanentemente no sistema de armazenamento de um qualquer centro de dados. Mas nada me garante que não continue o meu caminho noutro lado. E como em todas as ocasiões abençoadas por uma partícula que seja de inspiração, lembro-me sempre do Palma: Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar. Enquanto houver ventos e mar, a gente não vai parar.
É uma luta permanente entre a minha vaidade, que me faz pensar ter capacidade inata para conseguir utilizar com particular fluência a palavra escrita, e o meu realismo, que me faz ter a consciência de viver num País de iletrados, onde qualquer pessoa capaz de alinhar três ideias numa frase se pode considerar um escritor em potência.
Talvez daí o título que achei para este blogue. A frustração de assumir a diferença entre julgar-me capaz de fazer algo e a sua real concretização. Mas também vi no início desta história um ténue fio de optimismo, uma esperança de que fosse distraidamente traçando aqui um caminho que, mesmo feito de passos diferentes e sem relação aparente entre si, tivesse um princípio, meio e fim. Como qualquer boa narrativa, e praticamente como qualquer bom livro.
A beleza de tudo isto é que nada me garante que não volte a escrever uma linha nesta página, que aqui ficará enterrada permanentemente no sistema de armazenamento de um qualquer centro de dados. Mas nada me garante que não continue o meu caminho noutro lado. E como em todas as ocasiões abençoadas por uma partícula que seja de inspiração, lembro-me sempre do Palma: Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar. Enquanto houver ventos e mar, a gente não vai parar.